SAS: O que é como funciona a interface Serial Attached SCSI
Quando se trata de armazenamento de dados corporativos para ambientes de alto desempenho, a escolha da tecnologia adequada é essencial para garantir a eficiência, a confiabilidade e a segurança das informações.
Neste contexto, o padrão Serial Attached SCSI (SAS) destaca-se como uma solução líder para servidores, sistemas de armazenamento (storages) e outras infraestruturas computacionais de grande escala.
O que é SAS (Serial Attached SCSI)?
Serial Attached SCSI (SAS) é um tipo de interface usada para conectar hard disks e módulos SSD a servidores e soluções de armazenamento corporativas. Esse padrão substituiu a antiga tecnologia Parallel SCSI devido à sua superioridade em velocidade de transferência, eficiência e escalabilidade.
Como o nome indica, o SAS usa um método de transmissão serial, ou seja, os dados são enviados um bit de cada vez em vez de vários bits ao mesmo tempo, como é o caso do Parallel SCSI.
Isso permite que esse tipo de conexão tenha velocidades de transferência de dados muito mais altas. Além disso, a interface SAS é compatível com os dispositivos SATA (Serial ATA), o que oferece uma maior flexibilidade para os sistemas de armazenamento.
O SAS é comumente usado em servidores e sistemas de armazenamento de alto desempenho devido à sua alta velocidade, confiabilidade e capacidade de suportar vários dispositivos de armazenamento.
Além disso, o SAS suporta a troca a quente, o que significa que os dispositivos podem ser conectados ou desconectados sem a necessidade de desligar o sistema.
Quem desenvolveu o padrão SAS?
O padrão foi desenvolvido e é mantido pela Technical Committee da International Committee for Information Technology Standards (INCITS), uma organização norte-americana que desenvolve e promove padrões para a indústria de tecnologia da informação.
A T10 é uma das várias comissões técnicas dentro do INCITS, e é responsável pelo desenvolvimento de padrões relacionados a interfaces de dispositivos de armazenamento de dados.
A primeira versão do padrão SAS foi lançada em 2004 e situada como a evolução do padrão SCSI Parallel Interface, com recursos de alta velocidade e a capacidade de suportar tanto discos rígidos SCSI como ATA em uma única plataforma.
Como a tecnologia SAS continua a evoluir, as velocidades de transferência de dados estão se tornando cada vez mais rápidas, com a geração mais recente suportando velocidades de até 24 Gbit/s por canal.
Quais são os equipamentos que usam essa tecnologia?
A tecnologia Serial Attached SCSI (SAS) é comumente usada em vários tipos de equipamentos de armazenamento de dados. São eles:
Servidores: Muitos servidores corporativos ainda precisam e utilizam os discos rígidos SAS, principalmente devido a características como a alta capacidade, confiabilidade e desempenho.
Sistemas de Armazenamento em rede: O padrão SAS é frequentemente usado em storages enterprise (NAS/SAN) devido a capacidade de suportar um grande número de dispositivos e sua alta velocidade de transferência.
Arrays de discos (RAID systems): Dispositivos de armazenamento SAS tem sido frequentemente usados em arrays de discos devido à sua confiabilidade e desempenho.
Montar arranjos de discos do tipo RAID através de hard disks/SSD SAS em ambientes de servidor fornece mais redundância para proteger o sistema contra falhas de disco.
Fitas de backup: Muitas unidades de fita usam a interface SAS para se conectar a servidores e outros sistemas dentro de datacenters e infraestruturas de TI.
Unidades de memória SSD: Embora muitos SSDs usem a interface SATA, também existem unidades SAS para ambientes que precisam de maior desempenho.
Existe alguma compatibilidade entre dispositivos SATA e SAS?
Apesar das interfaces de dispositivos Serial ATA (SATA) e Serial Attached SCSI (SAS) tenham semelhanças físicas, sua compatibilidade é limitada.
É possível conectar um disco rígido SATA a uma controladora SAS, porém o inverso não é verdadeiro. Isso se deve ao fato de que a interface SAS foi projetada com a flexibilidade de suportar ambos os dispositivos.
Embora visualmente similares, os cabos SAS normalmente possuem a capacidade de conectar múltiplos dispositivos, diferentemente dos cabos SATA que suportam apenas um único dispositivo.
Para usuários que precisam de mais capacidade de armazenamento, o padrão Nearline-Serial Attached SCSI (NL-SAS) representa um equilíbrio entre o desempenho do ambiente SAS e o custo dos discos SATA.
Em termos práticos, um disco NL-SAS se conecta a um sistema de armazenamento através da interface SAS, entretanto, a unidade em si é um disco rígido (HDD) mais lento e mais barato, similar a um disco SATA.
Esses hard disks geralmente trabalham com velocidades de 7200 RPM, ao invés de 10 ou 15.000 RPM, como nos discos SAS de alta velocidade.
O discos NL-SAS são utilizados com frequência em aplicações que requerem grandes volumes de armazenamento, mas não necessitam da performance oferecida pelos drives SAS.
Quais são as diferenças entre esses dois padrões?
As diferenças entre as interfaces Serial ATA (SATA) e as Serial Attached SCSI (SAS) se resumem principalmente na diferença de desempenho, confiabilidade e custo.
A interface SATA é amplamente utilizada para conectar computadores pessoais a seus respectivos dispositivos de armazenamento.
Já o padrão SAS é geralmente utilizado para a conexão entre servidores e sistemas de armazenamento corporativos a dispositivos de armazenamento mais robustos como hard disks de 10 ou 15.000 RPM ou SSDs de alto desempenho.
Interfaces Serial Attached SCSI entregam taxas de transferência bem maiores que o padrão SATA. Isso se deve ao fato de que SAS é full-duplex, ou seja, pode enviar e receber dados simultaneamente.
Já o padrão SATA é half-duplex, por isso só pode enviar ou receber dados de cada vez. Além disso, o padrão SAS permite a conexão de um maior número de dispositivos devido à sua arquitetura ponto a ponto.
Isso significa que cada dispositivo de armazenamento se comunica diretamente com a controladora, sem ter que compartilhar o canal de comunicação com outros dispositivos.
No quesito confiabilidade, o padrão SAS também leva vantagem, pois são dispositivos projetados para operações 24/7, tornando-se assim a melhor escolha para servidores e sistemas de armazenamento corporativos.
Apesar disso, a interface SATA tem ampla vantagem quando o assunto é preço. Dispositivos SATA são mais baratos que seus pares corporativos, oferecendo assim uma boa opção para aplicações onde o custo é importante.
Quais são as implicações ao não utilizar dispositivos SAS em datacenters?
Ao optar por economizar e implementar dispositivos com a tecnologia SATA em aplicações ou ambientes que exigem alto desempenho, algumas dificuldades podem surgir:
Baixa velocidade de transferência: Em geral, dispositivos de armazenamento SATA têm velocidades de transferência de dados mais baixas do que os dispositivos SAS.
Isso pode levar a um desempenho mais lento, especialmente em aplicações onde são necessárias altas taxas de leitura e gravação de dados.
Desempenho Full-Duplex: A tecnologia SATA opera em modo half-duplex, o que significa que só pode realizar operações de leitura ou gravação por vez.
Em contraste, o SAS é full-duplex, o que significa que hard disks e módulos SSD podem realizar operações de leitura e gravação simultaneamente, oferecendo mais desempenho.
Conexões simultâneas: Os dispositivos SAS permitem um maior número de conexões simultâneas do que os seus pares mais baratos, o que pode ser útil em ambientes com vários dispositivos de armazenamento.
Confiabilidade: Em geral, todos os dispositivos que usam o padrão SAS são projetados para operação contínua e construídos com componentes para trabalho 24x7.
Recuperação de erros: Os hard disks e SSD SAS possuem um tempo para recuperação de erro significativamente menor quando comparados a dispositivos SATA.
Portanto, embora os dispositivos SATA possam ser uma opção mais econômica, nem sempre eles podem ser a melhor escolha para aplicações que exigem alto desempenho como aplicativos corporativos executados em datacenters.
O padrão SAS e suas atualizações
O padrão Serial Attached SCSI (SAS) foi lançado inicialmente em 2004 e desde então recebeu várias atualizações significativas que aumentaram sua velocidade de transferência de dados e adicionaram novos recursos. São elas:
SAS-1: Esta é a versão original do padrão, lançada em 2004. Ela oferecia velocidades de transferência de dados de até 3 Gbit/s.
SAS-2: Lançado em 2009, o formato SAS-2 dobrou a velocidade de transferência de dados para 6 Gbit/s. Além disso, aumentou o número máximo de discos que poderiam ser conectados em uma rede SAS de 128 para 16.384 dispositivos.
SAS-3: Lançado em 2013, o SAS-3 dobrou novamente a velocidade de transferência de dados para 12 Gbit/s. Também introduziu várias melhorias técnicas para aumentar a eficiência e a confiabilidade.
SAS-4: O novo padrão SAS-4, lançado em 2017, aumentou a velocidade de transferência de dados para 22,5 Gbit/s.
A cada nova geração, o padrão de comunicação SAS continuou a receber atualizações em termos de velocidade, capacidade e eficiência, mantendo a compatibilidade com as gerações anteriores.
Isso permitiu que esse formato permanecesse como uma tecnologia relevante e amplamente utilizada para servidores e sistemas de armazenamento de alto desempenho.
Servidores e storages equipados com hard disks/SSD SAS são mais robustos
O padrão SAS integra servidores e dispositivos de armazenamento robustos, que fornecem maior desempenho e a escalabilidade para aplicações corporativas.
Com suporte para Hard Disk Drives (HDDs), solid state drives (SSDs) e outros dispositivos, as interfaces SAS atendem diversas necessidades demandas empresariais como em ambientes de virtualização, computação em nuvem e operação com grandes bancos de dados.
A flexibilidade desse padrão estende-se ainda mais quando combinada com sistemas de alta disponibilidade associados a tecnologia RAID (Redundant Array of Independent Disks).
Nesses sistemas múltiplos discos e controladores são configurados em conjunto para melhorar o desempenho e a redundância do ambiente.
Essa combinação promove uma proteção robusta contra falhas, assegurando a alta disponibilidade de dados crítica para as operações que exigem trabalho contínuo.
A Infortrend dispõe de uma linha de sistemas de armazenamento equipada com controladoras ativo-ativo e hard disks/SSD SAS de alto desempenho que pode ajudar organizações de todos os portes.
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