O que é Samba (Linux/Unix) e quais são suas principais aplicações
Até alguns anos atrás, além de executar aplicações do tipo cliente-servidor, um dos principais objetivos de criar uma infraestrutura de rede era compartilhar arquivos.
Desde o início do uso dos computadores pessoais, diversas soluções e protocolos foram usados para montar servidores de arquivos.
Alguns sistemas, como o NFS, desenvolvido pela Sun Microsystems, foram amplamente utilizados em ambientes Unix e Linux para compartilhamento de arquivos, mas não suportavam nativamente sistemas Windows.
Já a empresa Novell tinha seu consagrado software NetWare, que usava o protocolo IPX/SPX, muito comum em ambientes corporativos entre 1980 e 1990.
Outros produtos da época, como o software LAN Manager, desenvolvido pela Microsoft e IBM, começaram a utilizar o protocolo SMB em sistemas como OS/2, na busca de melhorar o compartilhamento de arquivos e impressoras em redes empresariais.
Além disso, o Windows for Workgroups e o NT Server da Microsoft também incluíam suporte básico para o compartilhamento de arquivos usando esse protocolo.
A chegada do Samba Linux foi a evolução do conceito e o aperfeiçoamento desses esforços, pois unificou e aprimorou essas funcionalidades para sistemas Windows, Apple e Unix/Linux.
O que é Samba Linux?
Samba é uma implementação gratuita (software) do protocolo SMB/CIFS para sistemas operacionais UNIX e Linux. Sua principal função é permitir a interoperabilidade entre ambientes Linux/Unix e Windows para que computadores com diferentes sistemas operacionais compartilhem arquivos e impressoras.
Essa capacidade de comunicação e compartilhamento de arquivos entre diferentes sistemas operacionais permite que usuários de diferentes plataformas acessem e utilizem o mesmo servidor de arquivo dentro de uma rede.
Além disso, o aplicativo pode atuar como um controlador de domínio, gerenciando logins e permissões de usuários, o que facilita a administração de ambientes com múltiplos usuários e máquinas.
O software também oferece suporte a vários métodos de autenticação e autorização, incluindo a integração com Active Directory, o que amplia suas possibilidades de uso em ambientes de redes corporativas.
Quem é o criador dessa ferramenta?
A história do Samba Linux começou em 1991, quando Andrew Tridgell, um programador australiano, iniciou um projeto para permitir a interoperabilidade entre sistemas operacionais Unix e Windows.
Tridgell inicialmente desenvolveu o sistema como um programa chamado "nbserver", que permitia que sistemas Unix se comunicassem com máquinas Windows usando o protocolo SMB (Server Message Block).
O projeto evoluiu rapidamente, e em 1992, foi renomeado para Samba. O nome foi escolhido porque Tridgell fez uma busca em um dicionário para encontrar palavras que contivessem "smb" e encontrou "samba".
Ainda na década de 1990, o desenvolvimento do código continuou a avançar, com contribuições de uma comunidade crescente de desenvolvedores Linux.
Em 1996, a versão 1.9 foi lançada, trazendo melhorias significativas em funcionalidade e desempenho. Isso incluiu suporte para impressão em rede e maior compatibilidade com as versões mais recentes do Windows.
A virada do milênio viu o lançamento do Samba 2.0, que adicionou suporte ao Windows NT e recursos como o PDC (Primary Domain Controller), permitindo que o sistema operacional atuasse como um controlador de domínio em redes Windows.
Com o lançamento da versão 3.0 em 2003, o projeto passou a oferecer suporte completo ao Active Directory, melhorando ainda mais a integração com ambientes Windows.
O Samba 4.0, lançado em 2012, trouxe uma reimplementação completa do protocolo SMB/CIFS, oferecendo suporte nativo ao Active Directory e incluindo um servidor LDAP integrado, um servidor Kerberos e um serviço de DNS.
Samba e SMB são o mesmo tipo de serviço?
Tanto o software Samba como o protocolo SMB não são exatamente o mesmo serviço, mas estão intimamente relacionados.
O SMB (Server Message Block) é um protocolo de rede desenvolvido para permitir o compartilhar arquivos, impressoras e outros recursos entre computadores em uma infraestrutura de TI.
Por outro lado, o Samba é uma implementação gratuita e de código aberto do protocolo SMB/CIFS (Common Internet File System) para sistemas operacionais UNIX e Linux.
Em essência, enquanto o SMB é o protocolo que define as regras para o compartilhamento de recursos na rede, Samba é o software que implementa essas regras, permitindo que sistemas UNIX e Linux se comuniquem e compartilhem recursos com máquinas Windows.
É possível implementar o Samba em qualquer distribuição Linux?
Implementar esse software nem sempre é uma missão fácil, principalmente para usuários que não familiarizados com softwares de código aberto.
A boa notícia é que o software está disponível na maioria dos repositórios de pacotes das distribuições Linux disponíveis.
A instalação e configuração são feitas através de comandos simples no terminal. Após a instalação, o arquivo de configuração principal (smb.conf) pode ser editado conforme necessário.
É possível instalar o software usando o gerenciador de pacotes apt no Ubuntu e no Debian, e no CentOS e no RHEL, a instalação é feita através do gerenciador de pacotes yum ou dnf, dependendo da versão.
No Fedora, a instalação do sistema pode ser feita usando o dnf. Novamente, após a instalação, o ambiente também deve ser configurado através do smb.conf para definir os compartilhamentos e permissões.
No Arch Linux, o software está disponível através do pacman. A configuração segue os mesmos princípios das outras distribuições.
No OpenSUSE, é possível instalar o Samba usando através do zypper. A configuração do smb.conf também será necessária após a instalação.
Independentemente da versão do Linux escolhida, após a instalação, sempre será necessário editar o arquivo de configuração para definir os compartilhamentos de arquivos, impressoras e as permissões de acesso da rede.
Após configurar o ambiente, o servidor precisa ser iniciado e habilitado para iniciar automaticamente no boot do sistema.
Quais são os protocolos de rede suportados pelo Samba?
O Samba suporta vários protocolos de rede que permitem a interoperabilidade entre sistemas operacionais diferentes, especialmente entre Linux/Unix e Windows. Os principais são:
SMB (Server Message Block): O SMB é o principal protocolo suportado pelo software. Ele permite o compartilhamento de arquivos, impressoras e outros recursos de rede entre máquinas Windows e Linux/Unix.
CIFS (Common Internet File System): CIFS é uma versão do protocolo SMB desenvolvida pela Microsoft. Embora o termo não seja muito usado, muitas das funcionalidades implementadas pelo Samba são baseadas nele.
NetBIOS over TCP/IP (NBT): O Samba suporta NetBIOS sobre TCP/IP, que é uma camada que permite que o protocolo NetBIOS funcione em redes TCP/IP. Essa característica é essencial para a descobrir e estabelecer a comunicação entre máquinas em redes locais SMB.
WINS (Windows Internet Name Service): O Samba pode atuar como um servidor WINS, fornecendo serviços de resolução de nomes NetBIOS em redes IP. Isso ajuda na resolução de nomes NetBIOS para endereços IP, facilitando a comunicação entre máquinas em uma rede local.
LDAP (Lightweight Directory Access Protocol): Embora não seja um protocolo de compartilhamento de arquivos, o Samba pode integrar-se com servidores LDAP para autenticação e gerenciamento de diretórios. Isso é especialmente útil em ambientes corporativos onde o LDAP é usado para gerenciar informações de usuários e grupos.
Kerberos: O Samba também suporta o protocolo de autenticação Kerberos, permitindo integração com domínios Active Directory e fornecendo um mecanismo seguro de autenticação de usuários em redes heterogêneas.
Quais as principais diferenças entre o Samba e um NAS?
Embora o Samba e um NAS (Network Attached Storage) possam ser usados para compartilhamento de arquivos em rede, eles diferem significativamente em termos de estrutura, implementação e funcionalidades.
O Samba é uma suíte de software que implementa o protocolo SMB/CIFS, permitindo que sistemas operacionais Linux/Unix compartilhem arquivos e impressoras com máquinas Windows.
Esse sistema pode ser instalado em qualquer servidor Linux/Unix e proporciona grande flexibilidade na escolha do hardware e do sistema operacional subjacente.
Porém, implementar um servidor de arquivos com esse software requer conhecimentos para instalação, configuração e manutenção do sistema e exige profissionais capacitados.
Por outro lado, um NAS é um dispositivo de armazenamento em rede que oferece uma solução completa de hardware e software para o compartilhamento de arquivos.
Mais fácil de configurar e gerenciar, um storage NAS uma solução "pronta para usar", com interface de gerenciamento amigável e ideal para ambientes que necessitam de uma solução de armazenamento rápida e eficiente.
Além disso, dispositivos NAS como os fabricados pela Qnap, oferecem outras funcionalidades como backup automático, streaming de mídia, sincronização com serviços de nuvem, e aplicativos para fotos, vídeos e documentos.
Onde fazer download das versões disponíveis do Samba?
Entre as principais versões do Samba está a série 4.x, que é a mais recente e inclui suporte para Active Directory, melhorias no protocolo SMB3, melhor desempenho e várias correções de segurança.
A versão 4.0 foi lançada em dezembro de 2012 e desde então tem recebido atualizações contínuas. Essa versão pode ser encontrada no site oficial:
https://www.samba.org/samba/download/
Outra versão importante é a série 3.x, mais antiga e que não inclui suporte completo para Active Directory, mas ainda é usada em alguns ambientes devido à sua estabilidade e funcionalidade comprovada.
A última versão estável do Samba 3.6 foi lançada em julho de 2015. Embora essa série não seja mais mantida, muitas versões anteriores do sistema podem ser encontradas em repositórios de arquivos, como o Samba download archive.
https://download.samba.org/pub/samba/old-versions/
Além disso, a maioria das distribuições Linux também oferece os pacotes Samba em seus repositórios de software. Para a maioria dos usuários e ambientes de produção, é recomendado usar a última versão estável disponível no site oficial do desenvolvedor.
Vale a pena montar um servidor de arquivos Samba?
Apesar do Samba oferecer uma solução flexível e personalizável para o compartilhamento de arquivos e impressão, o software requer uma integração mais complexa e personalizada do que instalar um storage NAS.
Por outro lado, comprar um NAS traz uma solução pronta para uso, fácil de instalar e manter, com funcionalidades adicionais que beneficiam usuários domésticos e pequenas empresas.
Esse tipo de equipamento é indicado principalmente para usuários que não são especialistas em Linux, embora nem sempre ofereçam o nível de personalização e flexibilidade que o Samba.
Vale lembrar que a importância de manter os dados seguros requer uma solução que ofereça a máxima confiabilidade, por isso considerar a aquisição de uma solução de armazenamento nova pode ajudar na decisão.
Implementar um servidor de arquivos de baixo custo com computadores obsoletos aumenta o risco de falhas e a perda de dados, o que é inaceitável em ambientes onde a integridade dos dados é crítica.
Além disso, o uso de softwares livres sem nenhuma experiência quase sempre custa caro, principalmente quando consideramos o tempo de inatividade e possibilidade de perda de dados.
Quer saber mais sobre o assunto? Traga seu projeto e tire suas dúvidas. Somos especialistas em servidores, sistemas de armazenamento e soluções de backup.
Softwares
Tudo o que você precisa saber sobre soluções de Softwares.
Qual tipo de backup usar: Full, Incremental ou diferencial?
Quais são os tipos de backup mais usados e quais são suas principais aplicações? Saiba mais sobre backup completo, incremental ou diferencial.
O que são Snapshots e como funcionam as cópias instantâneas?
Veja a diferença de snapshots para backup e as aplicações que o snapshot realiza para evitar a perda de dados.
O que é um Storage de alta disponibilidade (HA)?
O que é um Storage de alta disponibilidade (HA)? Conheça nossas soluções resistentes a falhas de hardware, software e energia e não perca mais dados.