O BSD (Berkeley Software Distribution) e suas aplicações
Reduzir os custos com software de código aberto pode ser uma boa estratégia para empresas que buscam otimizar os recursos de infraestruturas de TI.
Muitos sistemas derivados de Unix permitem montar um servidor de arquivos, configurar servidores web ou mesmo instalar um sistema para o gerenciamento de banco de dados, sem a necessidade de investir em software proprietário.
Ir por esse caminho geralmente diminui o custo de licenciamento com software e outras despesas operacionais, além de entregar uma solução confiável para a maioria dos datacenters modernos.
Dentre as soluções possíveis disponíveis, destacam-se as distribuições Linux como o Ubuntu, Debian, RHES e o Fedora, além do sistema operacional de código aberto também derivado do Unix, o BSD.
O que é BSD?
BSD (Berkeley Software Distribution) é o código fonte precursor de uma série de sistemas operacionais de código aberto baseados no Unix, desenvolvidos pela Universidade da Califórnia em Berkeley. Originário do AT&T Unix, o BSD evoluiu para sistemas independentes como FreeBSD, OpenBSD e NetBSD.
Todos esses projetos de sistemas operacionais de código aberto se basearam em uma versão deste código fonte, conhecida como 4.4BSD-Lite.
Esse sistema inclui vários componentes:
O kernel BSD é responsável pelo agendamento de processos, gerenciamento de memória, processamento simétrico (SMP), e drivers de dispositivos, entre outras funções.
Já a biblioteca C, que serve como a API base do sistema, é baseada no código de Berkeley, diferentemente da biblioteca C do projeto GNU.
Além disso, o sistema operacional inclui utilitários como shells, gerenciadores de arquivos, compiladores e linkers. Alguns desses utilitários são derivados do projeto GNU, enquanto outros não.
Para a interface gráfica, o sistema utiliza o sistema X Window, mantido pelo Projeto X.Org.
Em distribuições como o FreeBSD, os usuários podem escolher entre diversos ambientes de desktop, como Gnome, KDE ou Xfce.
Para quem precisa de gerenciadores gráficos mais leves, o BSD suporta ainda o Openbox, Fluxbox e Awesome, e oferece flexibilidade para a configuração da interface gráfica de acordo com cada preferência.
Como surgiu o BSD?
O BSD começou a ser desenvolvido na Universidade da Califórnia, Berkeley e foi inicialmente lançado nos anos 1970, como uma série de melhorias no Unix da AT&T.
Liderado por Bill Joy, o projeto teve várias versões, incluindo 1BSD e 2BSD, que introduziram ferramentas como o editor VI e o C Shell.
Versões posteriores, como 3BSD e 4BSD, adicionaram importantes recursos de rede e sistemas de arquivos.
Em 1991, o código se tornou independente do código AT&T com o Net/2 e, em 1993, o 4.4BSD-Lite foi lançado como um sistema operacional livre de restrições para licenciamento.
Isso levou ao surgimento de várias distribuições, como FreeBSD (foco em desempenho), NetBSD (portabilidade) e OpenBSD (segurança).
O BSD influenciou ainda sistemas operacionais como o Darwin da Apple, base do macOS e iOS, e continua a ser amplamente usado em servidores, sistemas de armazenamento e outros dispositivos devido à sua estabilidade e licença permissiva.
Qual é a diferença entre o BSD e as distribuições Linux?
Tanto o BSD quanto as distribuições Linux são sistemas operacionais de código aberto, mas possuem diferenças significativas em suas origens, licenças e filosofias de desenvolvimento.
Esse sistema operacional é derivado do Unix original da AT&T e foi desenvolvido pela Universidade da Califórnia, Berkeley, e usa uma licença que é permissiva para a incorporação de seu código em produtos proprietários.
Já o Linux, criado por Linus Torvalds em 1991, usa a Licença Pública Geral (GPL), que exige que qualquer código modificado também seja distribuído como software livre.
Filosoficamente o BSD tende a ser mais conservador, focando na estabilidade e segurança, além de possuir um ciclo de lançamento mais rigoroso.
Cada distribuição do código, como o FreeBSD, OpenBSD e NetBSD, incluem um sistema operacional completo.
Em contraste, o Linux é apenas um kernel e depende de distribuições como Ubuntu, Fedora e/ou Debian para formar um sistema operacional completo, combinando assim o kernel com outras ferramentas e bibliotecas.
As comunidades de desenvolvimento também são diferentes: Enquanto o BSD é centralizado com uma equipe principal de desenvolvedores, o Linux é descentralizado e possui uma comunidade global contribuindo para o desenvolvimento do kernel e suas diversas distribuições.
O BSD é um sistema operacional proprietário?
Não, BSD (Berkeley Software Distribution) não é um software proprietário. Esse sistema operacional é de código aberto, licenciado sob a Licença BSD, que permite que ele seja usado, modificado e redistribuído com poucas restrições.
Esta licença é conhecida por sua permissividade, ou seja, possibilita que o código seja incorporado em produtos proprietários, mas o sistema original permanece como um sistema de código aberto.
Variantes populares desse sistema, como FreeBSD, OpenBSD e NetBSD, também são licenças de código aberto e mantidas por comunidades de desenvolvedores que trabalham para melhorar e atualizar o sistema de forma colaborativa.
Quais são os requisitos de hardware para rodar BSD?
Os requisitos de hardware para rodar o sistema variam conforme a distribuição, mas, em geral, qualquer versão do BSD é flexível e pode funcionar em uma ampla gama de dispositivos, desde hardware moderno até sistemas mais antigos.
O FreeBSD, sua versão mais popular, exige no mínimo um processador compatível com x86 (32 ou 64 bits), 96 MB de RAM e cerca de 1,5 GB de espaço em disco, embora sejam recomendados 512 MB RAM e alguns gigabytes de espaço.
Além disso, o OpenBSD é focado na segurança e tem requisitos semelhantes, com um mínimo de 96 MB de RAM e geralmente 1 GB de espaço em disco.
Já o NetBSD é conhecido por sua portabilidade e pode ser executado em várias arquiteturas além do x86, como ARM, MIPS e PowerPC, com pouca exigência de memória RAM e espaço em disco.
Quais são as vantagens do BSD quando comparado com outras distribuições Linux?
A principal vantagem de usar BSD em vez de distribuições Linux é a licença permissiva BSD.
Esse tipo de licenciamento permite o uso, modificação e redistribuição do código fonte, com quase nenhuma restrição, o que é benéfico para empresas e desenvolvedores que desejam integrar o código em produtos proprietários.
Outra vantagem é a estrutura unificada do código, onde o sistema operacional completo (kernel, bibliotecas e utilitários) é desenvolvido de forma integrada, resultando em maior coerência e compatibilidade interna.
Em contraste, o Linux depende de várias distribuições que combinam o kernel com diferentes pacotes de software, o que pode levar a produção de diferentes versões entre as distribuições.
Além disso, o sistema operacional é conhecido por sua estabilidade e segurança, com ciclos de lançamento conservadores e um rigoroso foco na integridade.
O BSD também se destaca por sua flexibilidade e portabilidade, especialmente pelo NetBSD, que pode rodar em várias arquiteturas de hardware, desde equipamentos antigos até servidores de última geração.
Isso torna o sistema uma opção versátil para diversas aplicações, incluindo servidores, sistemas de armazenamento, dispositivos embarcados e roteadores.
Quais são versões de BSD disponíveis para download?
Existem várias versões de BSD disponíveis, cada uma com características e focos específicos. As principais são:
FreeBSD: Conhecido por sua performance e suporte a diversas plataformas de hardware, é amplamente utilizado em servidores e sistemas de rede.
FreeBSD Download: https://www.freebsd.org/
OpenBSD: Destaca-se pela ênfase na segurança e correção de código, sendo a base de muitos sistemas de firewall.
OpenBSD Download: https://www.openbsd.org/
NetBSD: Reconhecido por sua portabilidade, funciona em uma vasta gama de arquiteturas de hardware.
NetBSD Download: https://www.netbsd.org/
DragonFly BSD: Um fork do FreeBSD 4.8, focado em alta performance e escalabilidade em ambientes multiprocessadores.
DragonFly BSD Download: https://www.dragonflybsd.org/
BSD, Linux ou software proprietário?
Sistemas de código aberto oferecem muitos recursos, porém, também trazem desafios que devem ser considerados.
Tanto o BSD quanto o Linux são frequentemente citados devido a flexibilidade, estabilidade, segurança e a capacidade de serem utilizados sem restrições de licenciamento.
Porém, a combinação de hardware e software em ambientes corporativos sempre requer cuidado, sob pena de comprometer o ambiente de produção.
Embora a flexibilidade, custo reduzido e a documentação disponível sejam pontos positivos, a implementação e manutenção desses sistemas podem exigir conhecimentos técnicos avançados.
O fato é que fazer a integração do BSD ou Linux em uma infraestrutura de TI com softwares proprietários nem sempre é direta e pode demandar adaptações e customizações
Além disso, a responsabilidade pela segurança e atualizações frequentemente recai sobre os administradores de sistemas, que devem estar atentos às melhores práticas e novas vulnerabilidades.
Por isso, a troca de um servidor ou storage proprietário por um de código aberto deve ser feita considerando não apenas os benefícios imediatos, mas também as dificuldades como a implantação, suporte e manutenção futura.
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